sábado, 7 de novembro de 2009

sinfonia

Arriscar é preciso, mesmo sem precisão alguma.
É necessario ouvir o compasso de si e não se deixar levar completamente pela música. Essas pequenas diferenças definem em que tom deve haver conversa com a vida, quais as notas num perfume e o que existe desde a sinfonia interna à sintonia exterior.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

novelo, novela:.

Súbita e passageira. Era exatamente assim que definia a maneira de viver seus vícios. Vícios em acordar e não se sentir desperta, abrir os olhos e distorcer o vão sombrio entre os cílios e o céu.

Do lado de fora, impaciente, irritante, do lado de dentro, embaraçada.

Era assim, de codinome Lã, que sobrevivia as transições internas. Ela não sentia mais. Só queria sentir.

Sinto muito - disse ela em voz baixa, com o futuro apontado pra cabeça.

O futuro brilhava, reluzente, polido. Independentemente do que ela era agora, sabia que seu esforço involuntário a levaria ao posto desejado, ao porto seguro seguinte. Ficava entupida de idéias, idéias de cores que explodiam na sua nova cara, a carne expandida, os novos poros obstruídos sendo preenchidos por nuances sujos da poeira que lhe sobrara da velha cidade.

Lã era embaraçosamente sincera, quando queria. Era um nó saído da garganta, uma bola de pelos escarrada por um gato, o gato do destino, brincando com ela por todos os cantos, fazendo-lhe o maior bolo de fios. Fios de caminhos que poderia seguir.

Foi então que percebeu que por tudo que tinha a perder, arriscaria a qualquer custo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A ver navios:.



De lá, o horizonte se espalha até onde não se pode mais enxergar.
Daqui, enxergo o horizonte espelhado, até onde posso chegar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

[unknown]

Meio do ano é o tempo em que eu aproveito o recesso da rotina pra me organizar. Tudo bem, eu sempre estou empilhando alguma coisa, organizando alguma caixa, tirando e colocando coisas no lugar.
Esse tempinho distante me faz querer tudo e todos cada vez mais perto, pela falta que cada um me faz. Continuo com os olhos bem abertos à frente, mas no cantinho panorâmico é que se esconde o medo de perdê-los de vista, os amigos, os queridos, as pessoas com quem simpatizo. Eu não sei se qualquer hora esse apego afrouxa e eu me acostumo a esse trânsito caótico astral, social, louco assim. Já disseram que os excessos fazem mal mas, fazer o quê se meus maiores incômodos ficam nos pequenos excessos? E é nessa corda-bamba bonita em que me equilibro, finalmente, balanceando o que eu quero e o que eu devo, tentando parar com as cobranças que me faço de conseguir atingir todas as metas ao mesmo tempo, fazer mil planos e querer que aconteçam agora, sentir saudade e querer resolver em segundos, imediatismo irremediável.
Em uma semana estarei longe até o final do mês. Estarei longe daqui, pra estar perto de quem estou longe agora. Meus leõezinhos de saudade pra matar, mais de um por dia, inclusive. E é assim que seguimos olhando pra frente, amplamente embaralhados, milhões de nós entre nós mesmos.

Sinto saudades de vocês, pessoas, mas acho que deveria voltar pra Marte.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Meias verdades:.

Minha inspiração chegou anteontem, enquanto eu te esquecia. Por te esquecer, me dei um bônus: fiz um pedido quando o horário no relógio coincidiu. Escrevi e carreguei a caneta usada nos bolsos através do dia, o papel envelheceu, amassado nos bolsos.
Já passava das três, o sol já havia saído da sala, tão rápido quanto a velocidade em que nossas imagens desapareciam do quadro de recados, de tudo o que eu pensei. Três da manhã, a sala vazia, os retalhos de uma pequena história amontoados no canto do tapete. O canto quadrado é a parte que prefiro pisar toda vez que entro ali. É o lugar de encaixe dos meus sapatos, quando não o travesseiro das anotações mais importantes que espalho ao arrumar.
Lembra de quando perguntei se aquele sentimento era comparável àquele quadrado e não obtive resposta? Quem cala realmente consente, hoje sei que seu ego era maior do que aquele quadrado. Maior do que nós, inclusive.
Em poucos segundos eu destruí a beleza de um par, reparando os entalhes deixados dentro do meu peito, que não se enquadrava mais em carregar nossa foto que você não quis tirar, com a realidade sépia do que ali restara.
Fiquei ali, ao todo, me expandindo no frio pelo piso da sala, com o coração colado com o cuspe que atirei nos restos de papéis. Vi seus passos saindo do meu pequeno território, se afastando do meu cubo, acorrentando o enorme egocentrismo por hora não machucar mais ninguém. Afinal, não era essa a sua real intenção quando disse que de nada valia toda aquela atenção doada. Sua intenção é visível, é fazer sua história carregando consigo as dores e o dissabor das marcas que provocou, depois pedir desculpas e continuar amarelando as folhas guardadas do roteiro.
Tirei a caneta e o papel dos bolsos, risquei o pedido de que você voltasse. Cortei junto com cartas e um trevo de quatro folhas que me enviou. Minha inspiração havia chegado, emplaquei numa tela, envernizei nossa época e chamei de época pra que a distância se transformasse em abismo.
E por fim descontei nossa história, empalideci.

Que bom você ter ligado e me acordado a essa altura da madrugada, esqueci de lhe agradecer pelo trevo de quatro folhas que ficou dentro do envelope.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Paz:.

Porque tudo que acaba precede um bom começo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Contrapartida:.

O abraço. Dentre os generosos, o mais sincero.
Só um abraço, ainda sabendo que poderiam ser inúmeros, sendo o único.
O aconchego ímpar, guardado entre dois.
O vão entre nossos contratempos
vira num instante você contra mim,
cedemos,

contracorpos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O que me interessa:.

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem

A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou

Me traz o teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa

Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

Meu Lado:.

Eu posso não ter a destreza e a sagacidade que é necessária.
Eu posso não ser exatamente o que esperam.
Mas, meu bem, sente-se aqui, por favor. Escuta só, olha pra mim, olha através dessa janela e vê toda essa gente, tudo o que eles esperam e o tempo que eles desperdiçam esperando.
Nada é como esperamos, então não deveríamos esperar, não é mesmo?
Volta aqui, não é isso, não levanta e sai correndo assim. Pára e olha pra cá, eu te vejo, te ouço, tento acalmar e você se confunde, transcendendo nossa conversa num mar de horas onde inclui seus momentos de dúvida, você se divide e eu fico assim indo vindo tentando tentando e você cada vez mais longe perco o compasso; e as vírgulas.
Se alguém com quem é válido se importar fica longe, você alcança, pega pela mão e traz de volta pra perto, não é? Não é assim que funciona?
Pois bem. Eu acredito, eu quero.

E você?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

22:22

Não tem um dia que, sem querer, eu não olhe no relógio e veja 22:22.
É incrível. E normalmente o horário em que me disponho a escrever.
Mas não hoje.

Hoje desperdicei meu dia em sono, fugindo da lucidez que encontro em ver o mundo passar sem poder abraçar a tudo.
Ao invés, abracei uma árvore.
Quando acordei, já anoitecia, vi que deixei minhas plantas secarem na janela, no frio do lado de fora. Enquanto tudo é revertido em cor e as pedras absorvem o sol durante a manhã, o frio do lado de fora começa a entrar aqui, procurando frestas na porta do meu coração aberto.

Peço desculpas, porque talvez eu deva fechá-lo até o inverno ter fim. Não deixarei trancado, bata à porta, caso queira entrar.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

01:11

Podemos ser o que quisermos. Se quisermos ser o plural, sejamos.
Insisto, insisto constante, até cansar.
Que venham as divergências, as mudanças. Que seja, que deixem estar.

Insisto e transbordo.
Sinto muito, mas sou assim, sinto cada pedacinho de vida por onde passo, quieta, arruaça de uma pessoa só. Desconheço o não. Não conformo com tanta facilidade. A compreensão que cedi não envolve conformismo. Compreendo e com calma me faço entender, digo, corro atrás, alcanço, seguro, abraço e não largo mais. Se o tempo afrouxar os laços, se o destino escolhido for um caminho na contramão, asseguro com mais verdades.
É cedo demais pro critério, é tarde demais, deveria dormir. Dormindo esqueceria isso e talvez repousasse minha liberdade num sonho calmo como aqueles em que saem virando a noite ao avesso e trazendo as palavras erradas ao que quero traduzir.

Se for preciso desvencilhar um pouco do bom senso que seja. Que seja pleno e verdadeiro o tempo no qual mergulho.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Em frente:.

Saí, voltei e no zigue-zague das calçadas percebi que toda essa gente que anda, todos os estranhos, todos os outros, os vocês, os outros nós procuram um lugar, um destino, alguma coisa pra fazer, como se procurar fosse a razão de estarmos na mesma plataforma.

Reparo nos olhos, na expressão de quem não se cansa de procurar por algo que nem sequer sabe se existe, mesmo quando o cansaço é maior. Vejo a postura e a indignação se sorrio à um deles, e sim, eu sorrio se alguém olha pra mim. Afinal, não é difícil tentar fazer um dia mais alegre, não é comprometedor ou desconcertante, apesar de alguns não compreenderem e enxergarem de cima abaixo o cinza onde piso.

Enquanto assisto esse vaivém de passos entre os meus, tenho cada vez mais certeza que o que eles procuram eu já encontrei. Já me encontrei em mim mesma, lugar que, por acaso, é muito bom para se estar, ir e vir, e escolher ficar.

Felicidade é uma constante, um estado adaptável.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

When will you realize:.

Slow down, you crazy child
you're so ambitious for a juvenile
But then if you're so smart, tell me
Why are you still so afraid?

Where's the fire, what's the hurry about?
You'd better cool it off before you burn it out
You've got so much to do and
Only so many hours in a day

But you know that when the truth is told..
That you can get what you want or you get old
You're gonna kick off before you even
Get halfway through
When will you realize, Vienna waits for you?

Slow down, you're doing fine
You can't be everything you want to be
Before your time
Although it's so romantic on the borderline tonight
Tonight,...
Too bad but it's the life you lead
you're so ahead of yourself that you forgot what you need
Though you can see when you're wrong, you know
You can't always see when you're right. you're right

You've got your passion, you've got your pride
but don't you know that only fools are satisfied?
Dream on, but don't imagine they'll all come true
When will you realize, Vienna waits for you?

Slow down, you crazy child
and take the phone off the hook and disappear for awhile
it's all right, you can afford to lose a day or two
When will you realize,..Vienna waits for you?
And you know that when the truth is told
that you can get what you want or you can just get old
You're gonna kick off before you even get half through
Why don't you realize,. Vienna waits for you
When will you realize, Vienna waits for you?

terça-feira, 19 de maio de 2009

.:etnerF

Inverso do verso.

-Às vezes o silêncio é a melhor escolha a ser feita, a melhor palavra a não ser dita. Olhos, dizem ser o acesso ao micro universo. A ausência das palavras é aconchegante quando se tem almofadas ao redor.
Almofadas de patinhas de gato: pressione-as e veja o resultado.

Vide o verso.

-Sem subjeções, sem mais nem menos, meio termo, sem o derramamento de quase vez em quando.
Uma dose de intensidade em tudo o que ocorrer, por favor. Com açúcar, com afeto. Não se esforce em escolher palavras, isso encolhe e precipita o inevitável. Não aponte, não procure, ponha a venda nos olhos e a mão na caixa, pesque uma frase. Pesque e durma, em silêncio.
Ao acordar, olhe ao redor, compreenda.
Compreenda o que não disseram, por preguiça ou precaução.

Comprima as palavras, almofadinhas de patas de gato; tente uma resposta ou processe à seco.
Feito efeito placebo, e veja o resultado.

domingo, 17 de maio de 2009

Zunido:.

Essas horas correm de mim, correm demais.
Mas uma hora eu pego esse tempo de jeito, faço meu compasso.
Quero mais dias na minha semana, quero mais tempo, mais espaço.
E inspiração, num texto decente.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Cha-Cha-Changes!

Reviravida.
Reviravolta.

A gente segue a direção certa sem mesmo saber pra onde vai. No fim dá certo, sempre dá certo. É preciso se desvencilhar um pouco, desconectar também, descansar. Tentar e tentar, e mais uma vez. O caminho pra conseguir algo não é se prender ao que leva a ele, mas deixar-se levar.
É maré, ondinha. Minha praia é essa, onda boa, o porto é seguro, me asseguro.

O agora deu certo!

Let the sun shine in!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ainda não falei das flores:.

Toda música fala, não só através das letras.

Cada acorde, um barulhinho no fundo, um tom a mais, baixinho no fone esquerdo... Um a um, levando embora e trazendo de volta o quê exatamente não digo, mas se prestar atenção você entende muito bem. Prestar atenção sem esperar o que ouvir, sem tentar compreender e com mínima sensibilidade, nem precisa de muito esforço.
Criar essa sintonia com os sons é bem parecido com ter uma planta desde muda. Com o cuidado necessário e uma mãozinha do tempo ela cresce ganhando forma, ocupa espaço e começam os sinais dizendo se não gosta de sombra e prefere o sol, que não quer mais água ou não guardou o suficiente. Vai de um lado pro outro no vaso e um dia qualquer aparece com uma flor. Quando você se permite enxergar, o dia não foi como outro qualquer e a flor não surgiu durante a madrugada anterior. É o resultado de todo o cuidado, da atenção, do tempo pequeno, porém, dedicado.


Quando se permite ver, essa sensibilidade vai do jardim ao outro lado da rua. Da música a quem ouve.
E, quem sabe, de mim até você.

Aqui, ó, tenta?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pequenas decisões:.

-Vou praquele lado. Simplesmente resolvo, decido e sigo em frente. Decidi ser mais concisa, aprender a ouvir com atenção, sentir e dizer menos, poupar detalhes, guardar os floreios para os poemas de logo mais.
Cada escolha me aproxima, cada vez mais, dos meus objetivos, da minha consciência. E é dessa consciência que eu tomo as decisões cada vez mais características, particulares.

Tomava meu café sem açúcar, ciente da doçura e do amargor contido nas xícaras.

Já é outono.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Palavras Não Falam:.

Palavras Não Falam
(Kavita / Mariana Aydar)

"Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras

Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras.."

terça-feira, 14 de abril de 2009

Pit-Stop:.

Não é por descaso. Muito menos abandono.
Mas meus dias são muitos e meu tempo acaba menor do que a lista de coisas.para.fazer.ontem.

Ando ouvindo - repetidamente - Ludov, Poléxia e Bebel Gilberto. Dica.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pra quê?.

Pra quê prender-se nos frascos, ater-se às redes, ter seus vícios
Que se prendem às redes pra aterem-se aos vícios tidos nos frascos?

terça-feira, 17 de março de 2009

:)

Sorri à toa e quis compartilhar.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Andorinha:.

Não espere que eu vá sem insistir! – disse. Hoje é seu aniversário, não saio daqui enquanto você não levantar desse sofá imundo. Seu casaco ainda está ali, pendurado. Vai, levanta, levanta logo. Quero te levar pra tomar aquele sorvete azul de que tanto gosta, encho de cobertura, prometo. A gente aproveita e passa na padaria, o maço acabou. Tem um fim, mas a metade já se dissolve nessa nuvem. Pegue o das flores que eu te trouxe, tire a poeira da mesa, elas morrem desse jeito. Sei que são as que você gosta, lembra que vira e mexe trazia umas do jardim daquela casa tombada perto de onde nos conhecemos? Vai, me dá a mão... Tudo bem.



Escuta, vou descer, mas só pra comprar os cigarros, se demorar olha pela porta e me vê subindo esses sete espirais quase sem fôlego. Quer que eu compre o sorvete, na volta?

-Não quero, não. Mas já que vai à padaria compra um sonho, uma vela e volta. Os meus acabaram e é provavel que o pavio curto amenize a falta da luz que você levou quando foi embora, da última vez.

terça-feira, 10 de março de 2009

Sair pra ver o céu:.

Não tenho permissão legal pra dirigir ou pegar as chaves do carro se não for buscar a agenda que deixei no porta-luvas. Estaria matando as próximas aulas da semana na casa da praia, só pela saudade do cheiro de madeira com doces espirais de veneno nas janelas de manhã e das palmeirinhas que nunca cresceram no portão. Da mágica que me lembro dali, ouvir "busca vida", dos Paralamas do Sucesso, num rádio que ficava na mesa-cubo da sala suspensa.

Ainda bem que minha tinta amarela acabou naquele quadro, as paredes estariam verdes, agora. Teria estampado as mãos nos batentes ou escrito algo em espiral, manchando o chão e envernizando o pó da maçaneta.
Mudei a cor da camiseta, o lado no estojo das canetas. Dormi durante um dia inteiro.

Alguma coisa provocando saudade pede pra despertar. Só falta permitir um pouco, fugir do habitual, esquecer um pouco mais e, quem sabe então lembre exatamente de como eram as palmeiras pela manhã, avistar da janela o mar, lá, entre os anos em que eu corria numa bicicleta com rodas de plástico.

Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver daonde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos, nunca mais serão iguais
Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado no espaço.
E volto sem olhar pra trás

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Um passo à frente:.

Desacreditar não é uma forma de desprezo, é contestar o contexto, relevar o óbvio, procurar saídas menos urgentes.
Hoje eu revejo o que me leva às outras margens, junto ao apanhado de mudanças e deixo de lado qualquer pretensão. Expectativa se afasta do meu vocabulário diário, continuidade acompanha crescimento, uma palavra perto da outra pra não confundir continuar com relembrar. Esqueço um pouco de ontem quando acordo para que o espaço dado a novas idéias seja maior. Esqueço de sentir e direciono a atenção ao mais racional, desacredito como em uma das primeiras páscoas de que recordo, nas pegadas em direção aos ovos escondidos debaixo da cama, ignoro impressões, intuição, indiferente.
Indiferente ao dito sem filtro, as frases sem nexo, aos amores que não quero alegrias que dispenso distrações e apego.

Num dia enquanto ainda era madrugada abri as cortinas e o céu estava lilás, salmão, laranja. Apesar de não gostar de salmão ele continuava pintando as paredes da sala e sendo refletido em cada parte dos meus olhos. Parei de olhar naquela direção e, sabendo que a cor continuava ali, dei de ombros. Um tempo depois me flagrei admirando cada tom ao acaso.
É uma mudança de perspectiva, introspectiva talvez, objetiva. Um basta que o acaso há de amenizar, é certo.
Desacredito, desperto, me afasto do que está perto, centrada em possibilidades que dependeriam de mim.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Evaporar:.

Debaixo do sol do ano recente
O tempo como apagador.
Lembranças são flocos de giz entre a neblina e o calor.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Desapego:.

Separei tantos papéis pra jogar fora que mal consigo lembrar de quando eram. Esvaziei as pastas restantes, os livros que não me interessam mais da estante, os relatos de dias que não sei quando aconteceram. Fui desfazendo os pedaços rasgados enquanto reconstruia a ordem dos títulos, revistas, retalhos de papel.
Encontrei uma folha de um bloco de anotações que usei no máximo quatro vezes e tive vontade de ver aquelas cores mais uma vez. A folha estava em branco, apesar de verde e azul. Procurei, abri caixas, pastas grandes e pequenas, fichários, arquivos de bagunça e nem um sinal dele.
Devo ter perdido em lugar qualquer há pelo menos cinco meses e só agora notei que ele não está mais aqui, não é mais meu.
Engraçado como uma situação assim, desimportante, me fez pensar em como perdemos coisas que um dia achamos importantes dentro de nós mesmos e acabamos percebendo muito tempo depois. Num desses você desperta, o amor não está mais ali, desconhece a letra nos bilhetes e o sentimento impresso neles.
Era apenas impressão, o amor esteve ausente e você se habituou a meras distrações. Resta a indiferença, sem verbo, sem cor, lhe dizendo que tanto faz.

Os olhos e as janelas:.

Foi engraçada a despedida, como se fôssemos velhos amigos que acabaram de se reencontrar, num trem, acenando através do vidro riscado de uma das janelas.

-Adeus!
-Até!
-Até logo..
-Até mais..
-Até breve!
-Tchau
-Tchau
-Que tenha sol amanhã!
-Esteja radiante!
-Dorme em paz
-Já é madrugada.

O trem partiu antes que ouvissem as últimas frases, mas entre novos velhos amigos sempre há compreensão.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Contramão:.

Recomeço:.

Foi dada a largada a mais um ano letivo.
Os novatos são tediosos, os novos tons pastéis não combinam, o verde é cor de musgo e todos os blocos do campus parecem menores.
O caminho de volta é mais curto, os abraços mais afastados. Os chocolates não têm mais aquele sabor.
Tudo parece mais fácil e menos desafiante, já me sinto em casa perto das mesmas árvores podadas.
Não vejo a hora de o outono chegar.
O recomeço já sei de cor que simplesmente não sei.

[Adia - Sarah McLachlan]

01:23

Eu digo por acreditar no que eu digo.
É sim, verdade.
Minhas verdades são a realidade de quem se dispuser a compreendê-las.
E sim, é simples.

Boa noite e até mais.

[I Saved the World Today - Annie Lennox]

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Pausa:.

Pausa daqui, não das idéias.
Talvez eu volte com muitas delas, talvez poucas, mas boas. Talvez eu volte semana que vem ou na próxima madrugada. Quem sabe quinze dias, um semestre.
Provavelmente com mais foto e menos grafia.

Veremos

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Dó:.

Inventei de afinar o violão sem ajuda do aparelhinho, com uma videoaula da vida. O que consegui foi estourar a sexta corda.
Desisti de afinar as outras e fiz um móbile com o arame da corda frizada de aço.

E ficou bacana! :)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Vendas nos olhos da cara:.

Terminou a reunião, o slogan pensado, o logo pronto, nossos projetos de mudança e recrutamento encaminhados.
Era hora de correr atrás de "Lucky Stars" que havia encontrado no Ebay. Encontrei várias tirinhas numa loja oriental no meio da cidade-garoa, perto da vinteetrêsdemaio, por onde corriam os carros e eu fotografava o contraste vermelho e cinza das grades e do chão lá de longe, só de olhar. A mocinha educada da loja me contou que essas estrelinhas de papel são um símbolo de "lhe desejo sorte", quando feitas e dadas de presente a alguém num pote de vidro, caixinha ou móbile.
Já era tarde e fazia frio mesmo ali, debaixo do meu cachecol e da chuva fina por cima do guarda-chuva, o guarda-chuva por cima de mim, debaixo daquele céu cinza esbranquiçado alagado dali.
Próximo ao metrô, pilhas de caixas eram largadas numa esquina, um canto empilhado de sacos pretos que espalhavam um cheiro horrível de comida podre na sarjeta que se mexia.
Mas calma lá, sarjeta não se mexe - Porra, é uma pessoa, meu deus, meu deus! - fui dizendo perplexa, baixinho e pra mim. O espanto acabara de me fazer soltar um raro palavrão. Só não censuro esse tipo de vocabulário quando fora de sério, o que é mais raro ainda seguido por 'meu deus!'. Que deus, que nada, que porra nenhuma, o que era aquilo no chão sujo? Eu quase vomitando nos pés de alguém que fingia passar despercebido enquanto uma gente de verdade, sem piada ou piedade, era gente, almoçava com as mãos cada resto insuportável sobre o plástico preto rasgado, transbordando o podre do, os restos de, o fim do, as sobras das. Não era o cachorro que hora ou outra arranjava um canil, um gato que logo se enfiava num pedaço de pano, num rolo de jornal, na piedade de um novo dono. Era a lucidez perdida, a dignidade castigada, a vergonha de mal sobreviver aos pés dos passantes, o absurdo nosso de cada dia.
Não aguentei o cheiro ruim, logo me apressei, olhando pra trás sem saber se era homem ou mulher a tal gente mergulhada naquela situação em que comia com a mesma voracidade - se não maior - que meu estômago se contorcia, o coração dava um nó, a cabeça parada sem querer acreditar. Bastou um chute da realidade pra sentir a mediocridade roer uns pedaços meus. Meu tênis novo desfilando a marca na guia onde outro se esvaía, meu almoço sem tempo no microondas de casa, minha vontade de tomar posto contra o erro, o desigual, sendo requintada a cada dia até o azedume chegar através do mofo cinza de um ser que nada mais era além de chão junto ao concreto.
Cheguei em casa contando estrelas, analisando minha sorte, contente por elas todas, angustiada aos breves encantos de metrô em qualquer pedaço de papel de bolso. Ao comentar o que vi, com meu pai, ouvi dizer sem muito pesar:
-Você tem que entender que existem lugares onde não se deve ir, coisas que não precisa ver isso. É o que acontece. Só isso que eu te digo.
-Não, pai, não é assim. A gente não vive e não pode aceitar que vivam isso. Não devem existir lugares assim, pessoas assim. E outra, a gente não dá valor, sabe, não sabe dar valor ao suficiente. Não é algo pra ser evitado, mas resolvido.

Medíocre e despercebido é aquele chão colado no sapato, os sãos e salvos, o som dos saltos altos. Até minhas estrelas quem sabe, tempo gasto em pequenas distrações. Mas ainda quero o que há de bonito nos sapatos meus e dos sãos e salvos, nos sons, dar meus saltos sem me importar de que altura.
Quero muito, mas não só pra mim, meu caro; sorrir sozinha é disfarçar a solidão.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Sugarcubes:.

Poucos andam devagar, levemente doces, por aí. Deve fazer tempo que não vejo alguém perder a pressa, mas não muito que acho a calma perdida rolando pelo meio-fio. Nesse meio tempo em que alguns perdem o rumo retomo o fôlego, parto para a próxima onda de uma energia nova, sem medo da água que cai com o temporal.
Nas tardes úmidas me refugio passo a passo em tiras de papel, tiro pacotinhos de chá do armário só pra escolher a cor que quero em mim. Onde quero calor, canela. Onde quero tranquilidade, erva doce, baunilha. Cada coisa que eu gosto lembra um gosto - todo lugar tem um gosto -, de mato, mar, sereno, chuva e fumaça de cigarro, chocolate ou carburador.
Mesmo que eu não goste do gosto que me vem, tenho a sensação do doce sutil embarcando no recorte das lembranças. Bem como cubos de açúcar, dos quais não uso mais. São bonitos de ver, de ter nas mãos tão pequenos, ter o gosto delicado que prefiro deixar ali no pote de vidro, enfeitando as cores de cada cor que estiver na estante.
É o bastante.

Sobre a Solidão:.

Trecho de "Sobre a Solidão" - Fernanda Young

Agora pode largar a minha mão. Pode partir.
Lembre-se ou esqueça-se de mim.
Coração quebrado tem cura: a paz de não precisar mais aguardar a perfeição que não existe.
Não estou mais agüentando.
A ansiedade –não mais aquela por bombons – poderá me estourar a veias. É o pior momento, esse, meio excitado, meio cansado, quando eu espero que campainhas toquem. Anunciando mudanças... e elas tocam, mas é somente um rapaz que me diz sobre uma encomenda ou um engano ou uma ligação familiar. Nada de mudanças. As mudanças, minha cara, só nas cores do cabelo, nas roupas e nos dias de regra mensal.
Não! Não queiram que eu acredite que tudo o que vivo será eterno, igualmente bom, para o resto dos meus dias. Não posso viver com o igual, não posso sobreviver ao certo, não quero morrer com certezas.
Então vá se foder! E estrague logo esse lindo!
Receio da confusão o estresse, do medo à apatia das impulsivas atitudes, mágoas. Escuto música as alturas, quero somente amortecer os erros. E mudar de idéia. Quem sabe o porque do quê?
O que você está falando, mulher? – Nada, nada... é só a vida enchendo o saco com surpresas. Queria ser do século XVII, arfar o peito e ajoelhar num confessionário de madeira de lei... e eu não entendo porra nenhuma de madeira, entendo de culpas. Mas é negra a solidão de quem escreve...
Na casa dos meus avós tinha móveis negros, não tenho mais ninguém para mexer gavetas e tomar coca cola pequena no gargalo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Verdade Virtual:.

Sorte de hoje: Cada homem é arquiteto de sua própria sorte

Choveu muito, o orkut finalmente havia deixado uma mensagem real.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Excessos:.

Ao nascer: não diz.
Aos dois: quase diz.
Aos cinco: por quê?
Aos sete: não controla o que diz.
Aos dez: mal controla o que diz.
Aos doze: diz meio a meio, tentando dizer.
Aos treze: diz a torto e a direito, tentando não dizer.
Aos catorze: diz o que pode.
Aos quinze: sabe o que dizer.
Aos dezesseis: diz o que sabe.
Aos dezoito: sabe, e diz.
Aos vinte: diz que não quer saber.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Surge:.

Já era tarde demais pra deixar de lado as listas de organização feitas na tarde anterior. Resolvi pensar dizendo, gravando, nas páginas restantes de um caderno velho o que passava por ali. Enquanto transferia a rotina ao real, me espalhava pelos cantos nas roupas fora do armário, na blusa que usei e depois de pendurar no cabide ficou desinteressante, contrária ao meu conceito mal formado de beleza onde não cabia tanto laranja. Cada peça apontava um traço e eu com o lápis, rasgávamos no final das primeiras páginas listras por onde pudessem passar os rabiscos, listras daquela camiseta manchada de dias ensolarados em luzes artificiais. O resto era frio, onde queria vermelho encontrava bege. Quis um amarelo que completasse a seqüência da aquarela, mas amarelo poucas vezes me caiu bem.

Assim que organizei metade, arrastando uns e outros cabides, um jeans aposentado caiu desdobrado no chão e logo agarrei pra evitar o pó dos pés, do tênis, recém chegados da rua. No bolso, alguma coisa querendo sair piscou pra mim; era laranja, o plástico da nota fiscal da lavanderia onde a calça ficara hospedada por causa de uma mancha, sem coisa fiscal nenhuma dentro, só uma nota de guardanapo, estampado pelo mesmo lugar onde a mancha foi feita: “Checou o horário e levantou. Deixou o copo sobre a mesa, chamou a moça, desolada. Lembrou das chaves, antes que atravessasse a porta de vidro. Olhou novamente, nos olhamos avessas à chuva. Sorriu pra mim e esqueceu o amor do lado de dentro com seu guarda-chuva, foi lavar a alma.”

Não fosse a letra, diria que o papel não era meu, até lembrar o episódio as gavetas estavam perfeitamente alinhadas. Demorou pouco até rever a moça e sua tristeza encantadora voltando à memória distante do café na mesa de madeira, pingando sobre a calça, quando me distraí pensando que as chaves seriam abandonadas, como sua expressão de solidão e, desastrada como de costume, sem querer empurrei a xícara. Voltou antes que eu terminasse de apontar a mesa ao lado, sorriu como se agradecesse certa de que deixara pra trás alguma coisa. Derreteu por trás do vidro turvo quando a porta se fechou. Tentei limpar a calça pintada de outra cor, destoando meus tons já sem graça. Logo veio o sol, de repente, e pude retomar meu caminho guardando o jeito tragicômico da moça no bolso da calça manchada, pra nos reencontrarmos por acaso num passado plastificado.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A verdade sobre pingüins:.

"Pingüim, nome comum de qualquer uma das diversas aves aquáticas não-voadoras do hemisfério sul, que recebem também o nome de pássaros-bobos [...] Na água do mar, estão sempre fazendo muito barulho e sempre reunidos em grupos numerosíssimos [...] São divertidos, simpáticos e curiosos..."

Pingüim vai, pingüim vem e após algum tempo de convivência com informações sobre eles, percebo que não são nada bobos, como alguns denominam. Sempre que vejo um - réplica ou real - a primeira palavra que me aparece é união (depois de 'que fofo!'), e logo em seguida penso automaticamente na simpatia e comportamento bonitinho que me remetem à uma amiga. Amiga essa que chamei de tal forma por pouco tempo. Em um ano já convivíamos o bastante pra encontrarmos um nome certo que traduzisse a adoção mútua; seríamos parentas. Vieram as conversas nonsense e também algumas sérias - coisa de instantes-tia da mesma geração -, a aproximação de mais amigos e o melhor café do planeta, entre tantas outras coisas boas. Isso durante oscilações de anos, tempo, fases, sorte. Sorte seria a definição certa do encontro de duas estranhas, cada uma em seu caminho, construindo bifurcações de felicidade entre tantos outros.Sei que tenho essa sorte por ter por perto pessoas amáveis, bons amigos, contados em estrelas ou, quem sabe, em alguns dias de um calendário.
Hoje é o dia dela. Que encontre e tenha a tal sorte, sem exceção, em assuntos que caibam no Universo.

Felicidades, Parenta.

Porque sorte é sincronia
e só.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Transferência:.

Com freqüência questiono, principalmente enquanto estou entretida por outras atividades. Questiono as informações, os livros, a nota no jornal, o que penso e acredito. E acredito em cada questão posta na mesa, enquanto tomo chá e observo as plantas ali mesmo, na sala de jantar. Meu objetivo com isso, até então, não existia... Até que cada olhar formou uma figura diferente.

É natural de cada um raciocinar, processar o que capta transferindo o todo ou as partes que deseja em conclusões. Não significa também que eu questiono procurando conclusões objetivas, isso acontece e é contínuo.

Tudo o que eu disse até agora é óbvio, mas não tão banal quanto parece.

Banais são os livros de auto-ajuda sendo destacados nas prateleiras de qualquer lugar onde um livro possa ser visto. A tal da auto-ajuda (como o nome já determina) deveria vir de você mesmo e não de alguém que nem sequer te conhece, dando coordenadas como se uma experiência própria fosse idêntica e repetitiva em qualquer situação. Não gosto de livros de auto-ajuda e quem mexe no queijo dos meus leprechauns sou eu. Acredito que bons escritores produzem best-sellers pelo enredo e de alguns deles eu gosto, até dos que não chegam a ter esse título.

O que eu tenho questionado ultimamente é o fato de não existir, no momento, ou eu ainda não ter encontrado um livro onde esteja expresso o que eu quero assistir. Parece bobagem, eu sei, e pode até ser, mas eu realmente gostaria de encontrar uma boa história que me acompanhasse durante dias, como os primeiros livros que li apenas por buscar conhecimento ou entretenimento.

Quero um livro pra ler aos poucos, transformando cada palavra num acontecimento particular, em determinado momento inexistente, que pode acontecer durante as páginas e mudar de formato quando eu desejar. Já tentei com os antigos e clássicos, com os pré-vestibulares, com os quadrinhos e os contemporâneos. Nenhum me propôs o que busco. Foi então que passei a pensar em escrever cada palavra que eu quero ler, formar meu próprio quadro linear e então ver se alguém se traduz no que digo.

Um dia transfiro alguns pensamentos a algum você, esperando que encontre neles uma história pra andar consigo.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sincronia:.

é sorte.
e só.