quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ainda não falei das flores:.

Toda música fala, não só através das letras.

Cada acorde, um barulhinho no fundo, um tom a mais, baixinho no fone esquerdo... Um a um, levando embora e trazendo de volta o quê exatamente não digo, mas se prestar atenção você entende muito bem. Prestar atenção sem esperar o que ouvir, sem tentar compreender e com mínima sensibilidade, nem precisa de muito esforço.
Criar essa sintonia com os sons é bem parecido com ter uma planta desde muda. Com o cuidado necessário e uma mãozinha do tempo ela cresce ganhando forma, ocupa espaço e começam os sinais dizendo se não gosta de sombra e prefere o sol, que não quer mais água ou não guardou o suficiente. Vai de um lado pro outro no vaso e um dia qualquer aparece com uma flor. Quando você se permite enxergar, o dia não foi como outro qualquer e a flor não surgiu durante a madrugada anterior. É o resultado de todo o cuidado, da atenção, do tempo pequeno, porém, dedicado.


Quando se permite ver, essa sensibilidade vai do jardim ao outro lado da rua. Da música a quem ouve.
E, quem sabe, de mim até você.

Aqui, ó, tenta?

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