segunda-feira, 23 de março de 2009

Pra quê?.

Pra quê prender-se nos frascos, ater-se às redes, ter seus vícios
Que se prendem às redes pra aterem-se aos vícios tidos nos frascos?

terça-feira, 17 de março de 2009

:)

Sorri à toa e quis compartilhar.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Andorinha:.

Não espere que eu vá sem insistir! – disse. Hoje é seu aniversário, não saio daqui enquanto você não levantar desse sofá imundo. Seu casaco ainda está ali, pendurado. Vai, levanta, levanta logo. Quero te levar pra tomar aquele sorvete azul de que tanto gosta, encho de cobertura, prometo. A gente aproveita e passa na padaria, o maço acabou. Tem um fim, mas a metade já se dissolve nessa nuvem. Pegue o das flores que eu te trouxe, tire a poeira da mesa, elas morrem desse jeito. Sei que são as que você gosta, lembra que vira e mexe trazia umas do jardim daquela casa tombada perto de onde nos conhecemos? Vai, me dá a mão... Tudo bem.



Escuta, vou descer, mas só pra comprar os cigarros, se demorar olha pela porta e me vê subindo esses sete espirais quase sem fôlego. Quer que eu compre o sorvete, na volta?

-Não quero, não. Mas já que vai à padaria compra um sonho, uma vela e volta. Os meus acabaram e é provavel que o pavio curto amenize a falta da luz que você levou quando foi embora, da última vez.

terça-feira, 10 de março de 2009

Sair pra ver o céu:.

Não tenho permissão legal pra dirigir ou pegar as chaves do carro se não for buscar a agenda que deixei no porta-luvas. Estaria matando as próximas aulas da semana na casa da praia, só pela saudade do cheiro de madeira com doces espirais de veneno nas janelas de manhã e das palmeirinhas que nunca cresceram no portão. Da mágica que me lembro dali, ouvir "busca vida", dos Paralamas do Sucesso, num rádio que ficava na mesa-cubo da sala suspensa.

Ainda bem que minha tinta amarela acabou naquele quadro, as paredes estariam verdes, agora. Teria estampado as mãos nos batentes ou escrito algo em espiral, manchando o chão e envernizando o pó da maçaneta.
Mudei a cor da camiseta, o lado no estojo das canetas. Dormi durante um dia inteiro.

Alguma coisa provocando saudade pede pra despertar. Só falta permitir um pouco, fugir do habitual, esquecer um pouco mais e, quem sabe então lembre exatamente de como eram as palmeiras pela manhã, avistar da janela o mar, lá, entre os anos em que eu corria numa bicicleta com rodas de plástico.

Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver daonde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos, nunca mais serão iguais
Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado no espaço.
E volto sem olhar pra trás