quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ultimato

Desde quando adotei o nome Frasco para o blog, no início, soube que era algo temporário e, por mais indefinido que fosse o tempo de uso, sempre houve um prazo de validade, se não a última gota.

Antes que acabasse em mofo e abandono, venho pôr a tampa no frasco e guardar essas inquietações. Venho, sobretudo, porque hoje prefiro deixar qualquer exposição à serviço da fotografia, minha paixão maior.

Deixo estes relatos como são, fases e trechos de mim nos quais ainda me reconheço - o café forte, tal qual a intensidade dos acontecimentos -, nunca um livro aberto, mas talvez um bilhete engarrafado em alto mar, sem destinatário.


Um abraço sincero,

B.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sobre o fim

Desapareceu no instante em que eu fui sincera. Minha alegria não nasce pra ter efeito estandarte, é um acaso discreto, são meus olhos teimosos que delatam minha admiração.

E eu não diria aquela frase mal composta se não fosse verdade. Simplesmente saiu, como se fechasse a janela do quarto, onde antes eu atirava pedras para que abrisse.

Como se mantivesse a ausência da palavra que era necessária, esquivando-se da real vontade de um adeus, fosse esse o qual me arremessasse na costa de um inconformismo vindo da ressaca do mar de sentidos transpassados entre meus dedos, prendendo as linhas que poderiam ser escritas e devolvendo a rede enlaçada as ondas e a palavra ao vento.

Palavra, essa, que é o rastro do sentido que chega, vira a folha ao contrário, carrega o vento e desaparece na esquina do pensamento que acaba no instante em que começou.