segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sobre o fim

Desapareceu no instante em que eu fui sincera. Minha alegria não nasce pra ter efeito estandarte, é um acaso discreto, são meus olhos teimosos que delatam minha admiração.

E eu não diria aquela frase mal composta se não fosse verdade. Simplesmente saiu, como se fechasse a janela do quarto, onde antes eu atirava pedras para que abrisse.

Como se mantivesse a ausência da palavra que era necessária, esquivando-se da real vontade de um adeus, fosse esse o qual me arremessasse na costa de um inconformismo vindo da ressaca do mar de sentidos transpassados entre meus dedos, prendendo as linhas que poderiam ser escritas e devolvendo a rede enlaçada as ondas e a palavra ao vento.

Palavra, essa, que é o rastro do sentido que chega, vira a folha ao contrário, carrega o vento e desaparece na esquina do pensamento que acaba no instante em que começou.

Nenhum comentário: