terça-feira, 10 de março de 2009

Sair pra ver o céu:.

Não tenho permissão legal pra dirigir ou pegar as chaves do carro se não for buscar a agenda que deixei no porta-luvas. Estaria matando as próximas aulas da semana na casa da praia, só pela saudade do cheiro de madeira com doces espirais de veneno nas janelas de manhã e das palmeirinhas que nunca cresceram no portão. Da mágica que me lembro dali, ouvir "busca vida", dos Paralamas do Sucesso, num rádio que ficava na mesa-cubo da sala suspensa.

Ainda bem que minha tinta amarela acabou naquele quadro, as paredes estariam verdes, agora. Teria estampado as mãos nos batentes ou escrito algo em espiral, manchando o chão e envernizando o pó da maçaneta.
Mudei a cor da camiseta, o lado no estojo das canetas. Dormi durante um dia inteiro.

Alguma coisa provocando saudade pede pra despertar. Só falta permitir um pouco, fugir do habitual, esquecer um pouco mais e, quem sabe então lembre exatamente de como eram as palmeiras pela manhã, avistar da janela o mar, lá, entre os anos em que eu corria numa bicicleta com rodas de plástico.

Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver daonde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos, nunca mais serão iguais
Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado no espaço.
E volto sem olhar pra trás

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