quinta-feira, 12 de março de 2009

Andorinha:.

Não espere que eu vá sem insistir! – disse. Hoje é seu aniversário, não saio daqui enquanto você não levantar desse sofá imundo. Seu casaco ainda está ali, pendurado. Vai, levanta, levanta logo. Quero te levar pra tomar aquele sorvete azul de que tanto gosta, encho de cobertura, prometo. A gente aproveita e passa na padaria, o maço acabou. Tem um fim, mas a metade já se dissolve nessa nuvem. Pegue o das flores que eu te trouxe, tire a poeira da mesa, elas morrem desse jeito. Sei que são as que você gosta, lembra que vira e mexe trazia umas do jardim daquela casa tombada perto de onde nos conhecemos? Vai, me dá a mão... Tudo bem.



Escuta, vou descer, mas só pra comprar os cigarros, se demorar olha pela porta e me vê subindo esses sete espirais quase sem fôlego. Quer que eu compre o sorvete, na volta?

-Não quero, não. Mas já que vai à padaria compra um sonho, uma vela e volta. Os meus acabaram e é provavel que o pavio curto amenize a falta da luz que você levou quando foi embora, da última vez.

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