sábado, 3 de janeiro de 2009

Transferência:.

Com freqüência questiono, principalmente enquanto estou entretida por outras atividades. Questiono as informações, os livros, a nota no jornal, o que penso e acredito. E acredito em cada questão posta na mesa, enquanto tomo chá e observo as plantas ali mesmo, na sala de jantar. Meu objetivo com isso, até então, não existia... Até que cada olhar formou uma figura diferente.

É natural de cada um raciocinar, processar o que capta transferindo o todo ou as partes que deseja em conclusões. Não significa também que eu questiono procurando conclusões objetivas, isso acontece e é contínuo.

Tudo o que eu disse até agora é óbvio, mas não tão banal quanto parece.

Banais são os livros de auto-ajuda sendo destacados nas prateleiras de qualquer lugar onde um livro possa ser visto. A tal da auto-ajuda (como o nome já determina) deveria vir de você mesmo e não de alguém que nem sequer te conhece, dando coordenadas como se uma experiência própria fosse idêntica e repetitiva em qualquer situação. Não gosto de livros de auto-ajuda e quem mexe no queijo dos meus leprechauns sou eu. Acredito que bons escritores produzem best-sellers pelo enredo e de alguns deles eu gosto, até dos que não chegam a ter esse título.

O que eu tenho questionado ultimamente é o fato de não existir, no momento, ou eu ainda não ter encontrado um livro onde esteja expresso o que eu quero assistir. Parece bobagem, eu sei, e pode até ser, mas eu realmente gostaria de encontrar uma boa história que me acompanhasse durante dias, como os primeiros livros que li apenas por buscar conhecimento ou entretenimento.

Quero um livro pra ler aos poucos, transformando cada palavra num acontecimento particular, em determinado momento inexistente, que pode acontecer durante as páginas e mudar de formato quando eu desejar. Já tentei com os antigos e clássicos, com os pré-vestibulares, com os quadrinhos e os contemporâneos. Nenhum me propôs o que busco. Foi então que passei a pensar em escrever cada palavra que eu quero ler, formar meu próprio quadro linear e então ver se alguém se traduz no que digo.

Um dia transfiro alguns pensamentos a algum você, esperando que encontre neles uma história pra andar consigo.

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