sábado, 17 de janeiro de 2009

Sobre a Solidão:.

Trecho de "Sobre a Solidão" - Fernanda Young

Agora pode largar a minha mão. Pode partir.
Lembre-se ou esqueça-se de mim.
Coração quebrado tem cura: a paz de não precisar mais aguardar a perfeição que não existe.
Não estou mais agüentando.
A ansiedade –não mais aquela por bombons – poderá me estourar a veias. É o pior momento, esse, meio excitado, meio cansado, quando eu espero que campainhas toquem. Anunciando mudanças... e elas tocam, mas é somente um rapaz que me diz sobre uma encomenda ou um engano ou uma ligação familiar. Nada de mudanças. As mudanças, minha cara, só nas cores do cabelo, nas roupas e nos dias de regra mensal.
Não! Não queiram que eu acredite que tudo o que vivo será eterno, igualmente bom, para o resto dos meus dias. Não posso viver com o igual, não posso sobreviver ao certo, não quero morrer com certezas.
Então vá se foder! E estrague logo esse lindo!
Receio da confusão o estresse, do medo à apatia das impulsivas atitudes, mágoas. Escuto música as alturas, quero somente amortecer os erros. E mudar de idéia. Quem sabe o porque do quê?
O que você está falando, mulher? – Nada, nada... é só a vida enchendo o saco com surpresas. Queria ser do século XVII, arfar o peito e ajoelhar num confessionário de madeira de lei... e eu não entendo porra nenhuma de madeira, entendo de culpas. Mas é negra a solidão de quem escreve...
Na casa dos meus avós tinha móveis negros, não tenho mais ninguém para mexer gavetas e tomar coca cola pequena no gargalo.

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