sábado, 9 de outubro de 2010

Chuva:.

O silêncio interrompido bate à porta com o que eu já esqueci de sentir.
Os pés quebrando uma folha seca, o café esfriando, a última gota. Nossas plantas nascendo, morrendo, nascendo. Não era eu quem cuidava das plantas, uma ou outra recebiam meus cuidados e se recuperavam, não muito rápido, às vezes não por muito tempo, mas era necessario pisar em uma das folhas secas na sala para percebê-las.

Como em toda distração a vida passa na surdina, os cuidados se atravessam, amores nascem, morrem, nascem e ficam. Quebramos alguns vínculos pela falta, e o que sucede a falta é o sim e o não da certeza de ter existido dedicação e cuidado, de toda sinceridade amenizando as dúvidas.

A cada silêncio interrompido tenho mais e mais certeza de que a quebra de qualquer parede é feita através do que permanece concreto, tomado de sinceridade. Deixando que os ventos amenizem. Sentir a simplicidade e permanecer é condicional onde não se pode recolher os cacos de vida, de vidro.

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