quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Tão:.

Num vão bem pequeno entre o ar e o próprio fôlego não sentia respirar, não era incômodo até então.
Quis sentir, sem querer. E sem querer permitir, saiu sem saber se em vão ou se não. As cores haviam voltado, já acima da água. Bocejou por dias, como se acostumasse o marasmo num ritmo leve, lento, tentou, disse "então tento". E sem querer admitir, saiu sabendo as cores de cor, pés nos trilhos. Saiu do mar, deixou-se levar, pulando ondinhas, vivendo da maré apesar de a maré estar sob seu nuance. Por alguns segundos tocou a beira d'água morna, chiando o silêncio, mandando calar
- shh, agora acalma.
Parou, sonolenta, ganhou um soneto da estrela e um ingresso de estrada, enquanto irradiava olhos afora o que pretendia dizer.
Acalmou
- shh, agora à alma.
Olhos brilhantes, voltados àquele mar, refletindo à margem de outro mergulho, o tão cedo. Tão cedo ao lado passional, era pretensão dizer "sinto muito". Sentia demais, no cabimento de ser uma terceira pessoa naquele enca(o)nto.
Entrou na garrafa térmica e se lançou de uma vez só, sempre na ponta dos pés, querendo ainda continuar sendo a página do livro, do conto, do encanto, dos nuances, vivendo a maré apesar de a maré estar a seu alcance, nas sílabas iguais.