sexta-feira, 12 de setembro de 2008

de Soslaio:.

Cedo minha perda de memória ao dicionário.

Desde segunda-feira essa palavra só sabe me atormentar e me acordar no meio da noite, me distrair durante as aulas, tropeça em mim enquanto caminho rápido. Não há idéia que não seja interrompida por ela, não há letreiro de onde ela não pule.
Quando surgiu a idéia, num segundo atordoado, de decifrar o que ela representava, não imaginei que ficaria assim, estampada nos meus óculos escuros, condensada no vapor do espelho.

Fosse “amor” a palavra, fosse “intensidade”, tal qual “aspas”, eu poderia resolver de uma vez por todas essa questão involuntária.

A princípio quis saber de onde ela veio, porque chegou a mim, porque ficou ali, se era subconsciente, se minha consciência era a mais leve.

Tem definição, e eu, preguiça de descobrir. Lembrei “só”, lembrei “solidão”, sol, s.o.s, lado, matemática e guarda-chuvas; não passei nem por perto do ponto de chegada do mapa na garrafa atirada ao mar: minha testa.

Cansei, enquanto andava horas entre o calor e os sons afetando e desviando o que eu pensava em pensar.
Abstraí, calculei, procurei;

Adv. De soslaio Obliquamente, de esguelha.
Esguelha - Obliquamente
Entre os passeios descobri o verbo “entrelinhar”. Por sorte não é preciso seu uso, no mais.

Chegando ao final, a palavra se resume em um olhar de lado, indireto, quase entrelinhado.
Conclusão?

Nula.

E lá vem o tempo, “de soslaio” me chamar atenção de novo.
Cotidiano.
Trocadilho.
Clareira.
Palavras aleatórias. Prozac?