terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pausa pra café:.

" I have dreams of orca whales and owls [rabisco mal vetorizado]
but I wake up in fear
You will never be my,
You'll never be my dear, dear friend".


Acordada não consigo concentrar.

Aparece uma distração e pronto, estou trabalhando pelo menos três coisas ao mesmo tempo, ouvindo repetidamente a mesma música enquanto respondo exercícios de apostila e pensando nos prazos de entrega de projetos que nem pensei em como "começar a terminar".

Tento dormir e as idéias vêm todas de uma vez, uma mais bonita que a outra. Levanto, pego a caneta, e as palavras certas desaparecem num flash. A gente devia poder fotografar pensamentos, ou ter uma caixinha deles... Uma caixinha com letras gravadas em découpage, sépia por fora e colorida por dentro. Recheada de tiras de papel com as frases exatas, o coelho na cartola. Entretanto, meu coelho aparece sem precisar cartola nenhuma e insiste em ser como o da Alice, "é tarde, ai ai meu deus, é tarde, é tarde, é tarde!", meus pedaços de frases são iguais àqueles bonecos recortados que ficam juntos pelos bracinhos, uma puxa a outra, um assunto distrai mais um.

Depois de algumas horas viro Alice, tentando espiar pelo buraco da fechadura meu foco e lá vem a enxurrada de neurônios me arrastar. Conto os desaniversários, com as garrafas de chá, água e uma xícara de café ao alcance, intercalando os sabores, distraindo até o paladar.

Quando percebo já é amanhã - ou hoje se preferir. Meu relógio biológico já virou químico, desmaterializou no horário de verão.
Amanhece o dia e eu apenas permaneço no registro das idéias que tive e quase escaparam, nos livros, nas olheiras à chapeleiro maluco.

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