Alguém ativou a máquina de escrever, “rebobinou”, como gostava de chamar o movimento da parte barulhenta que antecedia cada letrinha estridente pronta para estampar aqueles gestos empoeirados e densos como suas teclas e ela. Queria saber dizer o suficiente através de poucas palavras no fundo de ferro verde-musgo e entre o pontilhado entre uma folha e outra, por onde respirava durante as pausas, tomando chá, verde e claro.
Voltou a alavanca de parágrafos, pensando no som alto que faria se não estivesse tocando devagar a tela sensível que mais parecia um desenho estampado atrás do acrílico; pensando que talvez não pudesse escrever ali sem acordar ninguém, se quisesse passar o que era ao tátil.
No fim da linha percebeu que o que sentia sem falar não poderia ser tocado em silêncio, mesmo sendo, essa ausência de vias, expressa de qualquer maneira, tátil, espiando e esvaindo pela porta, retrátil.
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